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Amor Sem Barreiras Capitulo 1

Amor Sem Barreiras Capitulo 1

Amor Sem Barreiras capitulo 1:

Olhei em volta, satisfeita, enquanto o corretor continuavsa a falar.

- É , Maurício. - disse ao meu noivo. - Acho que finalmente encontramos a casa certa pra nós!

Também acho, Ro. - ele concordou. - É bem grande, tem espaço pra montar a clínica... então, negócio fechado? 

- Por mim... negócio fechado! 

Era o fim de uma busca que durara meses, atrás de um imóvel que preenchesse nossas necessidades. Maurício eu eu estavamos de casamento marcado. Ele era veterinário, eu estava no último ano do curso. Nosso desejo era abrir uma clínica veterinária para pequenos animais, e aquela casa era perfeita. Ensolarada, peças amplas, garagem para dois carros, na frente um lindo jardim. Seria o presente de casamento dos meus futuros sogros, e ao recebermos a escritura, Maurício e eu nos sentimos realizados.

Naturalmente havia um e outro reparo a fazer, mas ficou tudo pronto a tempo do nosso casamento. Não houve festa nem viagem de lua de mel, e após a cerimônia, seguimos para o nosso novo lar.

Conforme a tradição, fiz questão que Maurício me carregasse para dentro. Ele subiu as escadas comigo nos braços e me jogou na cama, despindo-me do vestido de noiva. Pela primeira vez fizemos amor na cama nova, como marido e mulher.

De madrugada acordei com sede. Ao meu lado Maurício dormia profundamente. Vesti a camisola e saí do quarto de mansinho para não acordá-lo. Desci as escadas e segui pelo longo corredor que levava até a cozinha. Ao passar pela sala, vi que tinha alguém lá.

- Quem é você?????????????????????

A voz saiu estrangulada da minha gargante. Em pânico, achei que era um ladrão. Minhas pernas afrouxaram de susto.

- Calma. - disse ele, que estava sentado muito à vontade numa das poltronas da sala. - Eu não sou um bandido. Não vou lhe fazer mal...

- Quem é você? - repeti, toda trêmula. - Como entrou aqui?

- Sou o Caíque. - respondeu o desconhecido com um sorriso. - E você e seu marido se mudaram pra cá hoje, não é?

- Sim... - eu estava um pouco mais calma. - Nos casamos hoje. Meu nome é Rosana... mas todo mundo me chama de Ro.

Ele sorriu, e seus dentes muito brancos refletiram o luar. Eu nunca vira um sorriso igual.

- Meu nome é Carlos Henrique. - falou. Mas todo mundo me chama de Caíque. Gozado como eses apelidos pegam...

De maneira estranha eu não sentia mais medo. Aproximei-me de Caíque, como que atraída por uma força misteriosa. Apesar da sala estar mergulhada na penumbra, eu podia ve-lo com nitidez. Era um rapaz muito bonito. Os olhos reram de uma cor entre o verde e o azul, os cabelos claros, e pude perceber que ele vestia uma calça jeans e uma camiseta escura.

Nesse momento Maurício apareceu e acendeu a luz.

- Ro, com quem você está falando? Acordei e não vi você no quarto...

Olhei depressa para a poltrona onde Caíque estava sentado; vazia.

- Onde ele se meteu? -falei desconcertada. - Estava aqui agora mesmo!

- Ele quem, Ro?

- Um rapaz... eu me levantei pra tomar água... e ele estava aqui sentado!

Maurício olhou em volta, desconfiado.

- Que? Só me faltava essa! Ser assaltado na nossa primeira noite de casados!

Então fdiquei com medo outra vez. Talvez fosse mesmo um ladrão. Percorremos todos os cômodos da casa, mas não encontramos ninguém. Tudo na mais absolta paz! Eu não entendia nada. Teria sido um sonho, uma alucinação?

- Mas eu o vi, e falei com ele. - insisti.

- Esquece isso, Ro. - disse Maurício por fim. - Foi só um sonho... vem, vamos dormir.

Subi as escadas com meu marido, me sentindo um pouco tonta e sem entender o que havia acontecido. Mas eu sabia que não fora um sonho.

Fiquei pensando naquilo por muitos dias. Mas depois acabei esquecendo, envolvida com a nova casa, a faculdade e a clínica que Maurício estava montando com tanto entusiasmo. Ele amava muito os animais. Acho que os amava mais que a mim, mas deixa pra lá. 

Conheci os vizinhos que moravam na casa ao lado da nossa, pessoas já idosas, muito simpáticas. Um dia D. Zilda comentou comigo:

- A família que morava aí antes de vocês eram pessoas  muito boas. Coitados, não aguentaram continuar aí depois que perderam o único filho num acidente de moto. Foi muito triste... o Caíque tinha 22 anos, fazia faculdade de Informática... bonito como um galã de novela! Você tinha de ver, Ro... os pais não queriam  de jeito nenhum que ele comprasse aquela moto, mas quem diz que juventude ouve? Morreu num desastre medonho, vai fazer um ano agora... pobrezinho... nem deu pra abrir o caixão.

Voltei para casa atordoada com o que acabara de ouvir. Era óbvio que o rapaz que eu vira outra noite não poderia ser o mesmo Caíque que morara ali, afinal ele estava morto.  Entretanto, eu estava cada vez mais abalada com tudo aquilo. Maurício mandou um torpedo avisando que chegaria mais tarde. Subi para o quarto, querendo tomar banho. Acendi a luz, enquanto abria os botões da blusa.

Caíque estava deitado na cama, sorrindo. Na nossa cama. Eu não sabia se fechava a blusa ou se gritava. Caíque com seus olhos de água, sorrindo pra mim.

Aqui era o meu quarto, sabia? - disse ele. - Ali ficava minha  cama... desse lado o computador... - espreguiçou-se. - Nossa, que cama gostosa...

Pelo amor de Deus... - murmurei... - Você é... o rapaz que morreu?

-Sou. - ele disse com a maior calma. - Quer saber onde estou enterrado? Olha, a vizinha não exagerou não. Fiquei todo despedaçado... os bombeiros tiveram que juntar meus pedaços com uma pá! D. Zilda... ela é muito legal. Adorava os bolinhos de polvilho que ela fazia!

Recuei, aterrorizada, querendo fugir daquela casa assombrada para sempre. Vi que Caíque ficara triste.

- Desculpa, Ro... não quero lhe assustar. Mas é verdade, estou morto...tem algum oiutro jeito melhor de dizer isso?

Foi como ela disse. Morri num acidente de moto, faz um ano amanhã.  Não queria ter morrido tão cedo... ficou muito o que fazer, muito o que viver, entende? Eu não quero ficar o tempo todo lá no cemitério , então eu venho pra cá... matar as saudades. Fui tão feliz aqui... eu não queria que os meus pais sofressem do jeito que eles estão sofrendo. Eles mandaram rezar uma missa... amanhã, na igreja aqui perto. - e desapareceu